Os vi se afastarem acovardados, ganindo e uivando. O vento deu um longo sopro gelado e fechei os olhos de satisfação. Lágrimas rolaram sobre meu rosto. Meu coração batia!... Batia forte!... Como estava feliz!... Meu coração batia! Batia!... Ri e chorei de felicidade!... Feliz por me sentir viva!...
O vento gelado passou a me oprimir os ossos e juntas e, por isso, tive a lembrança sensata de juntar minhas roupas sujas e vesti-las. Foi neste momento que senti meu pescoço inchado e dolorido _com pouco movimento _assim como meus pulsos. Junto com a dor, senti uma estranha e incomensurável sede... Sede que mais parecia fome. Instintivamente levei a mão suja de sangue à narina. O cheiro de sangue já coagulado me enjoou. Mas um leve e sutil aroma ferroso me agradou. Sim... eu queria sangue!... Não aquele sangue, morto, coagulado. Queria sangue fresco...
O vento gelado passou a me oprimir os ossos e juntas e, por isso, tive a lembrança sensata de juntar minhas roupas sujas e vesti-las. Foi neste momento que senti meu pescoço inchado e dolorido _com pouco movimento _assim como meus pulsos. Junto com a dor, senti uma estranha e incomensurável sede... Sede que mais parecia fome. Instintivamente levei a mão suja de sangue à narina. O cheiro de sangue já coagulado me enjoou. Mas um leve e sutil aroma ferroso me agradou. Sim... eu queria sangue!... Não aquele sangue, morto, coagulado. Queria sangue fresco...
De Volta à condição de fera, conclui: "_Tenho de me alimentar! Tenho de me alimentar!...".
Com este único pensamento em meu coração, perambulei como uma besta, soprando ar gelado pelas narinas, olhando de um lado para o outro, como uma raposa em busca de uma presa. Não demorou muito para eu sentir o cheiro, muito forte, de leite de cabra. Nunca pensei em senti-lo tão forte. Minha boca salivou de desejo pelo leite. Ouvi então o som de uma sineta e o berro próximo de uma ovelha. Feito um bicho, me apressei em direção ao lugar de onde vinham os sons. Para minha surpresa, cheguei lá bem rápido, como se possuísse o instinto de uma fera. À beira de um riacho estava uma ovelha perdida. Ao vê-la, inacreditavelmente, meu desejo de atacá-la cessou. Senti o cheiro de um pastor, muito forte, aumentando cada vez mais! Nunca pensei que reconheceria este cheiro de forma tão clara. "_Um pastor em busca de sua ovelha!..." _conclui salivando, com o espírito entre o homem e a fera.
Com este único pensamento em meu coração, perambulei como uma besta, soprando ar gelado pelas narinas, olhando de um lado para o outro, como uma raposa em busca de uma presa. Não demorou muito para eu sentir o cheiro, muito forte, de leite de cabra. Nunca pensei em senti-lo tão forte. Minha boca salivou de desejo pelo leite. Ouvi então o som de uma sineta e o berro próximo de uma ovelha. Feito um bicho, me apressei em direção ao lugar de onde vinham os sons. Para minha surpresa, cheguei lá bem rápido, como se possuísse o instinto de uma fera. À beira de um riacho estava uma ovelha perdida. Ao vê-la, inacreditavelmente, meu desejo de atacá-la cessou. Senti o cheiro de um pastor, muito forte, aumentando cada vez mais! Nunca pensei que reconheceria este cheiro de forma tão clara. "_Um pastor em busca de sua ovelha!..." _conclui salivando, com o espírito entre o homem e a fera.
De fato, minha primeira vítima não demorou a aparecer. Baixo, relativamente jovem, com cerca de 28 anos, talvez. Forte e tosco e atarracado como todo camponês. Como uma cobra, me aproximei fazendo o mínimo de barulho. Esperei ele se virar para conduzir a ovelha de volta ao rebanho. Mal ele começou seu caminho de volta... me aproximei muito rápida por trás!... Pulei em suas costas como numa brincadeira de criança. Mas minha brincadeira acabou como uma forte dentada em seu pescoço. Senti meus dentes entrarem em sua carne musculosa, perfurando-a profundamente. Seu cheiro forte de camponês, que me desagradaria em outras épocas, encheu-me a boca de água. Porém, o gosto de ferro, próprio do sangue, logo inundou minha boca e narinas. Chupei com força, muita força.
Ele apenas teve tempo para gemer. Ainda levou as mãos às costas, para tentar se livrar de mim. Mas caiu, e eu cai sobre ele. O agarrava com braços e pernas, num abraço infantil e mortal. Ouvia seu ganido fino e sufocado, de quem agonizava em uma espécie de estrangulamento. Mas minha boca drenava seu sangue de forma impressionante. O sabor ferroso do sangue, sua textura um tanto espessa, me causavam um prazer quase venal.
A medida em que ele ia se debatendo cada vez menos, mais forte eu me sentia e mais força empregava em drená-lo. Por fim, saciei-me... e ele não mais se debatia, estava morto!... Larguei então seu corpo e fiquei de joelhos, respirando ofegante. A medida que me acalmava, minha consciência retornava. Olhei para o cadáver daquele homem, ali estendido. Levei as mãos à cabeça, balançando-a negativamente. Mais uma vez compreendi: "É assim!... Será sempre assim!... Para sempre!... É o inferno!!!..."