Minhas suspeitas foram confirmadas em uma manhã. Pouco depois do desjejum, ouvi o som de cavalos chegando. Instintivamente fui até uma janela, para ver quem chegava. Sim, lá estava ele, Traian, com sua figura sórdida e pálida. Mas sua presença não me causou tanta surpresa. Meu sangue ferveu ao reconhecer quem chegava ao seu lado: conde Vladmir!... Sempre trazendo consigo o grotesco Ferencz.
O que eles queriam era o que mais me intrigava, mas tudo ficou logo muito claro. Tio István os recebeu sorrindo largamente, deixando claro que aquele não era um primeiro encontro. Eles estavam juntos, unidos, em uma mesma empreitada. Esta consistia em chantagear papai. Tio István, me teria como refém, conde Vladmir, sabendo de nosso segredo, que lhe fora delatado por Traian, faria a chantagem. Papai seria obrigado a me casar com Ferencz, concedendo a conde Vladmir a descendência nobre que tanto almejava. Descendência que teria direito sobre todo o condado de Csik.
O conde validaria dessa forma o título que lhe fora outorgado pelo príncipe. Tio István, por sua vez, alcançaria seu objetivo de receber um bom cargo. Convertera-se apenas para angariar privilégios políticos, como fizeram muitos nobres traidores. Quanto a Traian, com certeza receberia o cargo de xerife, além de terras, é claro.
Caso papai não aceitasse a chantagem, seria fácil acusá-lo de incesto e loucura para o príncipe. Este era protestante, como tio István e conde Vladmir, portanto lhes daria total crédito. Além do mais, não era estratégico ter católicos com tanto poder. Ainda mais um católico emperdemido, um rebelde székely, como papai. Se fosse provado o incesto, seria fácil encarcerá-lo em uma fortaleza, ou encerrá-lo em um mosteiro. Possivelmente, conde Vladmir ganharia o título de marquês como prêmio e o poder total sobre Csik, ajudando o príncipe a manter os székelys em seu devido lugar.
Imaginei então como tudo seria feito, no caso de haver acusação. Traian seria o acusador, tio István entregaria a "prova" _eu! _e tia Mónika, evidentemente, se encarregaria da parte mais delicada, a de "mostrar" a prova. Fiquei imaginando como ela faria. Não acredito que seria violenta, como mamãe foi com Mila. Certamente me faria dormir. Eu deveria ficar atenta a tudo o que ingerisse e à todas as visitas inesperadas, fossem de cavaleiros, ou damas que jamais vira antes. Será que o príncipe enviaria sua própria esposa? Isto é, se ele possuir uma esposa. Eu sinceramente não duvidava de absolutamente nada, apenas me conscientizava de que precisava fugir. Teria de fazer isso o quanto antes!...
O conde validaria dessa forma o título que lhe fora outorgado pelo príncipe. Tio István, por sua vez, alcançaria seu objetivo de receber um bom cargo. Convertera-se apenas para angariar privilégios políticos, como fizeram muitos nobres traidores. Quanto a Traian, com certeza receberia o cargo de xerife, além de terras, é claro.
Caso papai não aceitasse a chantagem, seria fácil acusá-lo de incesto e loucura para o príncipe. Este era protestante, como tio István e conde Vladmir, portanto lhes daria total crédito. Além do mais, não era estratégico ter católicos com tanto poder. Ainda mais um católico emperdemido, um rebelde székely, como papai. Se fosse provado o incesto, seria fácil encarcerá-lo em uma fortaleza, ou encerrá-lo em um mosteiro. Possivelmente, conde Vladmir ganharia o título de marquês como prêmio e o poder total sobre Csik, ajudando o príncipe a manter os székelys em seu devido lugar.
Imaginei então como tudo seria feito, no caso de haver acusação. Traian seria o acusador, tio István entregaria a "prova" _eu! _e tia Mónika, evidentemente, se encarregaria da parte mais delicada, a de "mostrar" a prova. Fiquei imaginando como ela faria. Não acredito que seria violenta, como mamãe foi com Mila. Certamente me faria dormir. Eu deveria ficar atenta a tudo o que ingerisse e à todas as visitas inesperadas, fossem de cavaleiros, ou damas que jamais vira antes. Será que o príncipe enviaria sua própria esposa? Isto é, se ele possuir uma esposa. Eu sinceramente não duvidava de absolutamente nada, apenas me conscientizava de que precisava fugir. Teria de fazer isso o quanto antes!...
O sórdido encontro durou toda a manhã. Tio István convidou seus "abutres" para o almoço. Como não fosse tolo, comeu com seus convidados em sua sala. Tia Mónika tentou manter a naturalidade à mesa, na sala de jantar, onde apenas nós duas comemos naquela tarde. Talvez esperasse que eu lhe fizesse perguntas, mas mostrei a ela que não era a menina tola que imaginava. Limitei-me a comer as fatias de porco e beber o vinho, silenciosamente, imaginando estar bebendo o sangue e mastigando a carne dos traidores... Prometi a mim mesma que eles seriam o meu pasto. Aquela vara de porcos!... Seriam todos o meu pasto!